1 – O que é o CID I10?
O CID I10 refere-se à hipertensão essencial (primária), uma condição caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial sem uma causa secundária identificável. É o tipo mais comum de hipertensão, responsável por cerca de 90% dos casos, e está relacionada a fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida.
A hipertensão arterial é considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e insuficiência cardíaca, além de estar associada a complicações renais e oculares.

2 – Subcategorias da CID I10
O código I10 não possui subdivisões na CID-10. Ele é utilizado para classificar casos de hipertensão arterial primária ou essencial, ou seja, quando não há uma causa específica subjacente, como doença renal ou endócrina.
Outros tipos de hipertensão, como a secundária (I15) ou maligna (I10.0), são classificadas em códigos diferentes.
3 – Localização na CID-10
O CID I10 está localizado no Capítulo IX da CID-10, que trata das Doenças do Aparelho Circulatório (I00–I99).
Esse capítulo engloba as doenças relacionadas ao coração, vasos sanguíneos e sistema circulatório em geral.
4 – Descrição clínica e características
A hipertensão essencial é diagnosticada quando os níveis pressóricos estão iguais ou acima de 140/90 mmHg de forma persistente, sem causa aparente.
Muitos pacientes são assintomáticos, mas quando há sintomas, podem incluir:
- Dores de cabeça, especialmente na região occipital
- Tontura e zumbido no ouvido
- Visão turva
- Cansaço ou palpitações
Por ser uma condição silenciosa, seu diagnóstico frequentemente ocorre durante exames de rotina.
5 – Quando utilizar a CID I10?
O CID I10 deve ser utilizado sempre que o diagnóstico for de hipertensão essencial (primária), ou seja, quando o aumento da pressão arterial não é consequência de outra doença.
Se houver causas identificáveis, como doença renal crônica ou endócrina, devem ser utilizados outros códigos (por exemplo, I15 para hipertensão secundária).

6 – Diagnóstico e avaliação
O diagnóstico é feito através da medição repetida da pressão arterial em diferentes ocasiões. Além disso, o médico pode solicitar exames complementares para descartar causas secundárias e avaliar danos a órgãos-alvo, como:
- Eletrocardiograma (ECG)
- Ecocardiograma
- Exames de sangue (função renal, glicemia, colesterol)
- Exame de urina
- Fundo de olho
A hipertensão essencial é confirmada quando a elevação da pressão é persistente e não há outra condição que a explique.
7 – Tratamento
O tratamento da hipertensão essencial envolve mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, uso de medicamentos. As principais abordagens incluem:
- Mudança de hábitos alimentares: redução de sal, gordura e álcool.
- Prática regular de atividade física.
- Controle do peso corporal.
- Evitar o tabagismo.
- Uso de medicamentos anti-hipertensivos, como diuréticos, inibidores da ECA, bloqueadores de canal de cálcio ou betabloqueadores.
O acompanhamento médico é essencial para ajustar a terapia e prevenir complicações.
8 – CID I10 dá direito a afastamento do trabalho?
Em geral, a hipertensão essencial isolada não dá direito automático a afastamento pelo INSS.
No entanto, casos graves, resistentes ao tratamento ou que causem complicações cardiovasculares (como AVC, insuficiência cardíaca ou doença renal) podem justificar afastamento temporário mediante avaliação médica e perícia.
9 – Importância da CID I10 na prática clínica
O registro correto do CID I10 é fundamental para o acompanhamento da saúde cardiovascular da população, para fins estatísticos e para direcionar políticas públicas de prevenção. Além disso, permite o monitoramento adequado do tratamento e das complicações associadas à hipertensão.
10 – Concluindo
A CID I10 – Hipertensão essencial (primária) representa uma das condições crônicas mais prevalentes no mundo e um dos maiores desafios de saúde pública. Embora muitas vezes silenciosa, pode levar a complicações graves se não tratada corretamente.
O diagnóstico precoce, o tratamento contínuo e o acompanhamento médico regular são fundamentais para manter a pressão arterial sob controle e garantir melhor qualidade de vida ao paciente.