
Conforme nota técnica Nº 91/2024 publicada pelo Ministério da Saúde (MS), a partir de janeiro de 2027, o Brasil adotará a 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), marcando um passo significativo na gestão da informação em saúde no país. A implementação da CID-11, publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, promete aprimorar a precisão diagnóstica, a coleta de dados e a formulação de políticas públicas na área da saúde.
O Ministério da Saúde está desenvolvendo um plano de implementação estruturado e gradual. O objetivo é garantir uma transição suave do sistema atual, baseado na CID-10, para a CID-11, minimizando impactos e maximizando os benefícios para os profissionais de saúde e para a população em geral.
A estratégia de implementação abrange diversas áreas-chave, tendo iniciado a partir da tradução para o português e adaptação para garantir a equivalência semântica com a versão original em inglês.
Serão oferecidos aos profissionais da saúde treinamentos para familiarizá-los com a nova estrutura da CID-11, as regras de codificação e as ferramentas digitais disponíveis. Além disso, os sistemas de informação em saúde passarão por atualizações para garantir a compatibilidade de dados.
Até a implementação da CID-11, o Brasil continuará utilizando a CID-10 versão 2019, alinhando-se às recomendações da OMS e preparando o setor para a transição. Entretanto, é importante que os profissionais da saúde estejam preparados para essa mudança.
Marilia Ximenes, Head de Inteligências Clínicas da Memed, farmacêutica e responsável por liderar a adequação da plataforma de prescrição às novas regras, analisa os impactos da mudança. “A adoção da CID-11 representa um avanço significativo no aprimoramento do sistema de saúde brasileiro. Com uma estrutura mais granular, flexível, alinhada aos avanços tecnológicos e demandas contemporâneas, essa nova versão incorpora, por exemplo, códigos específicos para condições como Burnout. Essa evolução permitirá diagnósticos mais precisos, otimizará a coleta de dados para embasar as tomadas de decisão e ampliará a capacidade de identificar, monitorar e responder rapidamente a surtos e epidemias”.
Ciente dos desafios inerentes a uma mudança dessa magnitude, a Memed, plataforma de prescrição digital pioneira no país, já está se preparando para adotar o novo modelo de classificação.
“Nosso catálogo é atualizado diariamente por um time multidisciplinar de profissionais da saúde. Mais de 300 novos itens são incluídos no catálogo mensalmente, e outros mil itens passam por atualização. Por exemplo, ao emitir um pedido de exame pela Memed, o profissional tem a possibilidade de adicionar o CID desejado de forma estruturada, facilitando a prática médica. Outra utilização fundamental do CID é a emissão de Laudos de Solicitação de Medicamentos Especializados (LME), onde a presença do CID de forma adequada é obrigatória no documento. Para nos adequarmos às mudanças, nosso time de especialistas vem acompanhando os desdobramentos do tema de perto. Estamos prontos para montar uma estrutura no nosso catálogo que seja compatível com as granularidades trazidas pela nova revisão do CID.”, complementa Marilia.
Fonte: Medicina S/A