A codeína é um analgésico opioide frequentemente utilizado no tratamento de dores leves a moderadas e na supressão da tosse. Apesar de sua eficácia, seu uso requer cautela, especialmente em ambientes clínicos, devido ao potencial de dependência e efeitos adversos. Este artigo explora as principais informações sobre a codeína, incluindo suas indicações, formas de administração e cuidados essenciais.
O que é a Codeína?
A codeína é um opioide semissintético derivado da morfina. Atua no sistema nervoso central, ligando-se aos receptores opioides para inibir a transmissão da dor e reduzir o reflexo da tosse.
Classe terapêutica: Analgésico opioide / Antitussígeno
Apresentações comuns: Comprimidos, cápsulas, soluções orais, xaropes (isolada ou em associação)

Para que serve?
As indicações da codeína variam conforme a formulação e a combinação com outros fármacos:
- Alívio da dor leve a moderada: geralmente em combinação com paracetamol ou dipirona.
- Supressão da tosse seca: quando outras abordagens não são eficazes.
- Uso pós-operatório: em contextos onde outros analgésicos não são suficientes.
Exemplos de associações comuns:
- Paracetamol + Codeína (ex: Tylex®)
- Codeína + Guaifenesina + outros antitussígenos (ex: Codex®)
Como a Codeína deve ser administrada?
A posologia varia de acordo com a indicação, idade do paciente e formulação utilizada.
- Adultos (dor): doses orais de 15 a 60 mg a cada 4 ou 6 horas, sem ultrapassar 240 mg por dia.
- Adultos (tosse): 10 a 20 mg a cada 4-6 horas, com dose máxima diária de 120 mg.
- Crianças: uso contraindicado abaixo dos 12 anos, e deve ser evitado em menores de 18 anos após cirurgias de amígdalas ou adenoides.
Importante: A administração deve sempre ser feita sob prescrição médica, com ajustes individualizados.
Efeitos colaterais comuns
Embora seja eficaz, a codeína pode causar efeitos adversos importantes:
- Sonolência
- Prisão de ventre
- Náuseas e vômitos
- Tontura
- Depressão respiratória (em doses elevadas ou uso indevido)
- Potencial para dependência física e psíquica
Precauções e contraindicações
- Contraindicada em crianças menores de 12 anos e lactantes.
- Evitar uso em gestantes, especialmente no 3º trimestre.
- Não deve ser utilizada em pacientes com depressão respiratória, asma descompensada ou insuficiência hepática grave.
- Pode interagir com álcool, benzodiazepínicos e outros depressores do sistema nervoso central.
Contexto clínico
Na prática ambulatorial, o uso da codeína deve ser avaliado com base no perfil clínico do paciente, nas alternativas disponíveis e no risco de efeitos adversos. Seu uso como analgésico pode ser eficaz em dor moderada, especialmente quando associada a outros fármacos.
No entanto, clínicas e consultórios devem reforçar a rastreabilidade da prescrição, principalmente por se tratar de um medicamento controlado (lista C1 – psicotrópicos), exigindo receituário especial e registro adequado.
Ferramentas digitais como o QuarkClinic podem contribuir para o controle seguro da prescrição, evitando duplicidade terapêutica e promovendo o uso racional de opioides.
Concluindo
A codeína continua sendo uma opção relevante no tratamento da dor e da tosse em contextos específicos, mas seu uso deve ser criterioso e bem monitorado. Profissionais de saúde devem estar atentos aos riscos de efeitos adversos, à possibilidade de dependência e às regulamentações que envolvem sua prescrição.