
A Memantina é um medicamento neurológico utilizado principalmente no tratamento da doença de Alzheimer em estágio moderado a grave. Ao atuar na regulação da atividade do glutamato no cérebro, a memantina ajuda a preservar a função cognitiva e o comportamento dos pacientes, proporcionando melhor qualidade de vida. Neste artigo, explicamos as principais informações sobre o uso da Memantina no contexto clínico.
O que é a Memantina?
Ela é um antagonista não competitivo dos receptores NMDA (N-metil-D-aspartato). Esses receptores estão envolvidos na transmissão glutamatérgica, e seu excesso pode causar excitação neuronal tóxica, levando à degeneração dos neurônios — processo observado em doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
Classe terapêutica: Modulador glutamatérgico / Antidementia
Nome comercial mais conhecido: Ebixa®
Apresentações: Comprimidos (5 mg, 10 mg) e solução oral
Para que serve a Memantina?
A principal indicação é:
Tratamento da Doença de Alzheimer moderada a grave: melhora sintomas cognitivos, comportamentais e funcionais, reduzindo agitação e atraso na progressão da doença.
Também pode ser utilizada off-label em alguns casos de demência vascular e demência associada à doença de Parkinson, embora com menor evidência clínica.

Como deve ser administrada?
O tratamento com memantina deve ser iniciado com dose baixa, aumentando progressivamente para reduzir o risco de efeitos adversos.
Esquema de titulação recomendado:
- Semana 1: 5 mg/dia
- Semana 2: 10 mg/dia (dividido em 2x)
- Semana 3: 15 mg/dia
- Semana 4 e manutenção: 20 mg/dia (10 mg 2x ao dia)
A dose pode ser ajustada conforme a tolerância do paciente. O efeito terapêutico costuma ser observado após algumas semanas de uso contínuo.
Efeitos colaterais comuns
A memantina é geralmente bem tolerada, mas pode causar:
- Tontura e dor de cabeça
- Sonolência ou insônia
- Constipação
- Confusão mental (especialmente no início)
- Hipertensão arterial leve
Os sintomas tendem a ser leves e transitórios, especialmente se a dose for aumentada de forma gradual.
Precauções e contraindicações
- Contraindicada em pacientes com hipersensibilidade à substância ativa.
- Cautela em pacientes com insuficiência renal moderada a grave.
- Monitorar o uso em idosos polimedicados, para evitar interações com outros fármacos psicotrópicos.
- A memantina não cura o Alzheimer, mas pode ajudar a retardar sua progressão.
Memantina no contexto clínico
Para clínicas de geriatria, neurologia ou atenção primária que lidam com pacientes com demência, a memantina é uma opção terapêutica importante. Seu uso deve estar aliado a uma avaliação multidisciplinar, com acompanhamento por neurologistas, psiquiatras e profissionais de reabilitação cognitiva.
A gestão segura da prescrição pode ser facilitada por plataformas como o QuarkClinic, que ajudam no controle da evolução clínica, adesão ao tratamento e integração entre equipe médica e cuidadores.
Considerações finais
A memantina representa uma importante alternativa terapêutica para pacientes com Alzheimer moderado a grave. Apesar de não ser curativa, seu uso regular pode melhorar a funcionalidade e reduzir sintomas comportamentais, contribuindo para a qualidade de vida do paciente e da família. A prescrição deve ser feita com cautela, respeitando critérios clínicos e de segurança medicamentosa.