A Somatropina é uma forma sintética do hormônio do crescimento humano (GH), indicada para o tratamento de distúrbios do crescimento em crianças e adultos. Embora tenha uso legítimo e regulamentado, a substância também é usada indevidamente com fins estéticos e esportivos, o que exige atenção por parte de profissionais de saúde. Neste artigo, abordamos os principais aspectos clínicos da somatropina, suas indicações, riscos e cuidados na prescrição.

O que é a Somatropina?
A somatropina é uma versão biossintética do hormônio do crescimento humano (GH), produzido naturalmente pela hipófise anterior. Atua diretamente no crescimento ósseo e muscular, além de estimular o metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios.
Classe terapêutica: Hormônio do crescimento recombinante (GH)
Nomes comerciais mais comuns: Genotropin®, Norditropin®, Saizen®, Humatrope®
Forma de administração: Injetável (via subcutânea)
Para que serve a Somatropina?
A somatropina é indicada para tratamentos clínicos bem definidos, incluindo:
Em crianças:
- Deficiência de hormônio do crescimento (GH)
- Síndrome de Turner
- Baixa estatura idiopática
- Síndrome de Prader-Willi
- Crianças pequenas para a idade gestacional (PIG), sem recuperação do crescimento até os 2 anos
Em adultos:
- Deficiência de GH adquirida ou congênita
- Síndrome de imunodeficiência associada à perda muscular (como HIV/AIDS)
- Síndrome de Turner e outras síndromes genéticas com déficit de crescimento
Como a Somatropina deve ser administrada?
A aplicação é feita por injeção subcutânea diária, geralmente à noite, imitando o pico natural do GH endógeno. A dosagem depende da idade, peso, condição clínica e resposta ao tratamento:
- Crianças: 0,025 a 0,035 mg/kg/dia
- Adultos: dose inicial de 0,2 a 0,4 mg/dia, ajustada conforme IGF-1
O tratamento é de longo prazo, com monitoramento regular de crescimento, IGF-1, glicemia, perfil lipídico e função tireoidiana.
Efeitos colaterais comuns
Embora geralmente bem tolerada, a somatropina pode causar:
- Dor no local da aplicação
- Retenção de líquidos (edema, mialgia, artralgia)
- Hiperglicemia e resistência à insulina
- Síndrome do túnel do carpo (em adultos)
- Cefaleia
- Hipotireoidismo (pode requerer reposição adicional)
Precauções e contraindicações
- Contraindicada em pacientes com tumores ativos, crescimento neoplásico ou fechamento da epífise óssea.
- Evitar em casos de retinopatia diabética ativa ou hipersensibilidade à substância.
- Monitorar o risco de descompensação de doenças pré-existentes, como diabetes mellitus.
- O uso estético e esportivo é proibido e perigoso, associado a riscos significativos de efeitos colaterais metabólicos e cardiovasculares.
Somatropina no contexto clínico
O uso da somatropina exige avaliação criteriosa por endocrinologistas ou pediatras especializados em crescimento. A prescrição deve seguir diretrizes estabelecidas por sociedades médicas e respeitar critérios diagnósticos e laboratoriais (GH, IGF-1, exames de imagem).
A gestão do tratamento é prolongada e requer registro detalhado da evolução, especialmente em clínicas de endocrinologia, pediatria ou medicina esportiva. Plataformas como o QuarkClinic oferecem recursos essenciais para acompanhar parâmetros laboratoriais, curvas de crescimento e adesão ao tratamento de forma integrada.
Concluindo
A somatropina é uma ferramenta terapêutica eficaz e segura quando usada dentro de suas indicações clínicas. No entanto, seu uso deve ser rigorosamente controlado, tanto pela complexidade do tratamento quanto pelos riscos do uso indevido. Profissionais de saúde devem estar atentos aos critérios de prescrição e monitoramento, oferecendo um cuidado responsável e embasado em evidências.