A CID R10 se refere ao código da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) utilizado para registrar dor abdominal e pélvica. Essa dor pode ter origem em diversos órgãos ou sistemas e está entre os sintomas mais comuns nos atendimentos de pronto-socorro e unidades básicas de saúde.
Embora seja um sintoma inespecífico, a dor abdominal pode indicar condições clínicas importantes que exigem investigação criteriosa e, muitas vezes, atendimento emergencial.

Localização na CID-10
O código R10 está incluído no:
Esse capítulo reúne códigos relacionados a sintomas e sinais clínicos quando ainda não há diagnóstico definido ou quando o sintoma é o foco principal do atendimento.
Subcategorias da CID R10
O código R10 possui diversas subdivisões que ajudam a especificar a localização e o tipo da dor:
Código | Descrição |
---|---|
R10.0 | Dor aguda no abdome superior |
R10.1 | Dor abdominal localizada no quadrante superior |
R10.2 | Dor pélvica e perineal |
R10.3 | Dor abdominal localizada no quadrante inferior |
R10.4 | Outras dores abdominais |
R10.8 | Outras dores abdominais e pélvicas especificadas |
R10.9 | Dor abdominal, não especificada |
Essas subcategorias são essenciais para documentar de forma precisa a queixa do paciente e orientar a conduta clínica.
O que é dor abdominal?
A dor abdominal é um sintoma de caráter subjetivo, que pode ter origem:
- Gastrointestinal (ex: gastrite, apendicite, obstrução)
- Ginecológica (ex: cólica menstrual, endometriose)
- Urológica (ex: cálculo renal, infecção urinária)
- Musculoesquelética (ex: distensão muscular)
- Metabólica ou infecciosa (ex: cetoacidose, dengue)
É classificada quanto à intensidade, duração, localização e características associadas (febre, náuseas, distensão abdominal, entre outros).
Causas comuns associadas à CID R10
A dor abdominal pode ser causada por diversas condições, como:
Causas gastrointestinais:
- Gastrite
- Apendicite
- Gastroenterite
- Pancreatite
- Obstrução intestinal
- Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Causas ginecológicas:
- Cólica menstrual
- Doença inflamatória pélvica (DIP)
- Cisto de ovário
- Gravidez ectópica
Causas urológicas:
- Cálculo renal (litíase)
- Infecção urinária
- Nefrite
Outras causas:
- Hérnia abdominal
- Traumas
- Abuso de alimentos
- Ansiedade ou estresse
Sintomas associados
Dependendo da causa, a dor abdominal pode vir acompanhada de:
- Náuseas e vômitos
- Diarreia ou constipação
- Febre
- Sangramento vaginal ou retal
- Distensão abdominal
- Disúria
- Sensação de peso na pelve
A presença de sinais de alarme como dor intensa súbita, febre alta, sangramento ou rigidez abdominal deve motivar avaliação médica imediata.
Diagnóstico
O diagnóstico exige avaliação clínica completa, com atenção à anamnese, exame físico e, quando necessário, exames complementares:
- Hemograma completo
- Exames de urina e fezes
- Ultrassonografia abdominal e pélvica
- Tomografia computadorizada
- Exames ginecológicos ou urológicos
O objetivo é identificar a causa subjacente e iniciar o tratamento adequado.
Quando usar o CID R10
O código R10 é utilizado em situações onde a dor abdominal ou pélvica é o principal motivo da consulta, mas ainda não há um diagnóstico definido. É comum seu uso em atendimentos de pronto-atendimento, triagens e consultas iniciais.
Exemplos de aplicação:
- Registro de dor abdominal sem causa confirmada
- Espera por exames para elucidação diagnóstica
- Prontuários de atendimento de dor inespecífica
Assim que a causa for diagnosticada (ex: apendicite, gastrite, infecção urinária), o CID deve ser atualizado para refletir a condição de base.
Tratamento
O tratamento depende da causa da dor, e pode incluir:
- Analgésicos e antiespasmódicos
- Antibióticos (em caso de infecção)
- Cirurgia (ex: apendicite, hérnias)
- Hidratação e repouso
- Tratamento hormonal (em causas ginecológicas)
- Intervenções urológicas (ex: litotripsia)
O alívio sintomático pode ser iniciado com analgésicos leves enquanto a investigação segue.
Concluindo
A CID R10 é um código essencial para documentar dores abdominais e pélvicas de forma sistemática na ausência de um diagnóstico definitivo. Seu uso facilita a padronização do atendimento, a comunicação entre profissionais de saúde e a organização dos dados em sistemas de saúde pública e suplementar.
Contudo, é fundamental realizar a investigação adequada para identificar a causa da dor e atualizar o código do CID conforme o diagnóstico final for estabelecido.