O Ministério da Saúde anunciou que mulheres entre 40 e 49 anos poderão realizar mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo sem sinais ou sintomas da doença. A decisão histórica amplia o acesso ao exame e visa aumentar a detecção precoce do câncer de mama, responsável por 37 mil casos anuais no Brasil.
Até então, pacientes desta faixa etária enfrentavam barreiras para realizar o exame preventivo, já que a rede pública priorizava mulheres com histórico familiar ou sintomas. Agora, a recomendação é que a mamografia seja feita sob demanda, em decisão conjunta entre paciente e profissional de saúde, considerando benefícios e possíveis riscos do rastreamento.

Faixa etária ampliada para rastreamento ativo
Outra medida anunciada é a ampliação do rastreamento ativo — aquele realizado de forma preventiva a cada dois anos. A idade limite, antes de 69 anos, passa a ser 74 anos. Dados do ministério apontam que quase 60% dos casos da doença estão entre 50 e 74 anos, reforçando a importância do monitoramento nesta fase da vida.
Com a mudança, o Brasil se aproxima de práticas internacionais, como as adotadas na Austrália, e fortalece a política de detecção precoce.

Outubro Rosa com maior mobilização da história do SUS
No mês de conscientização sobre o câncer de mama, o governo federal vai mobilizar 27 carretas da saúde da mulher em 22 estados, contratadas pela AgSUS. As unidades móveis vão oferecer serviços como mamografia, ultrassonografia, biópsia de mama, colposcopia e consultas presenciais ou por telemedicina.
A expectativa é realizar até 120 mil atendimentos ao longo de outubro, com investimento de R$ 18 milhões.
Avanços tecnológicos e investimentos
O pacote de ações também prevê a entrega de novos equipamentos para fortalecer o atendimento oncológico. Pelo programa Agora Tem Especialistas, já foram distribuídos 11 aceleradores lineares em quatro estados, com previsão de chegar a 121 até 2026.
Além disso, o ministério adquiriu 60 kits de biópsia de última geração, com tecnologia de imagem 2D e 3D para maior precisão diagnóstica. O investimento foi de R$ 120 milhões, dentro do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON).
Em 2024, o SUS realizou cerca de 4 milhões de mamografias de rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos, mantendo ampla cobertura nacional.
Novos medicamentos disponíveis no SUS
A partir de outubro, pacientes com câncer de mama terão acesso a medicamentos mais modernos. Entre eles está o trastuzumabe entansina, indicado para mulheres que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial.
Outro destaque é a incorporação dos inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), voltados para casos avançados ou metastáticos. Segundo o ministério, negociações reduziram em até 50% o preço dessas terapias.