O CID S72 é o código utilizado para identificar a fratura do fêmur, um dos ossos mais importantes e resistentes do corpo humano. Essa lesão é considerada grave e costuma estar relacionada a traumas de alta energia, como quedas, acidentes automobilísticos ou impactos esportivos.
A fratura do fêmur requer diagnóstico preciso, atendimento médico imediato e, na maioria dos casos, tratamento cirúrgico. A seguir, você entenderá o que significa o CID S72, suas subcategorias, como é feito o diagnóstico, o tratamento indicado e quando pode haver necessidade de afastamento do trabalho.

1 – O que é o CID S72?
O CID S72 corresponde à fratura do fêmur, o maior osso do corpo humano, localizado na coxa e responsável por sustentar o peso do corpo e permitir os movimentos das pernas.
Essa lesão ocorre quando há ruptura parcial ou total do osso, provocada por trauma direto ou indireto. Por ser uma região altamente vascularizada e fundamental para a locomoção, a fratura do fêmur exige tratamento urgente para evitar complicações graves, como hemorragias, trombose e limitação funcional.
O código faz parte da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), que organiza as doenças e condições de saúde segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
2 – Subcategorias do CID S72
O CID S72 possui várias subcategorias que especificam o local exato da fratura no fêmur. São elas:
- S72.0 – Fratura do colo do fêmur
- S72.1 – Fratura pertrocantérica
- S72.2 – Fratura subtrocantérica
- S72.3 – Fratura da diáfise do fêmur
- S72.4 – Fratura da extremidade distal do fêmur
- S72.7 – Fraturas múltiplas do fêmur
- S72.8 – Outras fraturas do fêmur
- S72.9 – Fratura do fêmur, parte não especificada
Cada subcategoria é usada para precisar o tipo de lesão e direcionar o tratamento adequado, que pode variar conforme o local e a gravidade da fratura.
3 – Localização na CID-10
O CID S72 está localizado no Capítulo XIX da CID-10, que trata das Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (S00–T98).
Mais especificamente, ele faz parte do grupo S70–S79, que abrange Lesões do quadril e da coxa.
A classificação completa é:
- Capítulo XIX – S00–T98: Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas
- S70–S79: Lesões do quadril e da coxa
- S72: Fratura do fêmur
4 – Descrição clínica e características
A fratura do fêmur é uma lesão óssea que pode afetar diferentes partes do osso, variando desde a cabeça femoral até sua extremidade distal (próxima ao joelho).
Os principais sintomas incluem:
- Dor intensa e súbita na coxa ou quadril;
- Incapacidade de movimentar a perna;
- Deformidade ou encurtamento do membro afetado;
- Inchaço e hematomas na região;
- Em casos graves, sinais de choque devido à perda de sangue.
Em idosos, especialmente mulheres com osteoporose, é comum que a fratura ocorra após quedas simples. Já em adultos jovens, normalmente resulta de acidentes de alta energia.
5 – Quando utilizar a CID S72?
O código S72 deve ser utilizado sempre que for confirmada uma fratura do fêmur, independentemente da causa ou do nível de gravidade.
O uso do código deve refletir a localização exata da fratura, utilizando as subcategorias adequadas (por exemplo, S72.0 para fratura do colo do fêmur).
É aplicável em diferentes contextos clínicos, como:
- Acidentes domésticos ou quedas em idosos;
- Acidentes de trânsito;
- Traumas esportivos;
- Fraturas por fragilidade óssea (osteoporose).
6 – Diagnóstico e avaliação
O diagnóstico da fratura do fêmur é realizado com base em exame clínico e exames de imagem.
Os principais métodos incluem:
- Radiografia (Raio-X): método padrão para confirmar a fratura e avaliar o tipo de desvio;
- Tomografia computadorizada: utilizada para identificar fraturas complexas e planejar cirurgias;
- Ressonância magnética: indicada em casos de suspeita de fraturas ocultas, especialmente no colo do fêmur.
Além da avaliação ortopédica, o médico também deve verificar possíveis lesões associadas, como danos vasculares, musculares ou neurológicos.
7 – Tratamento
O tratamento depende da localização e da gravidade da fratura, bem como da idade e do estado clínico do paciente.
As opções incluem:
Tratamento cirúrgico
É o mais comum e envolve redução e fixação da fratura por meio de hastes, placas, pinos ou próteses. O objetivo é restaurar o alinhamento do osso e permitir a mobilização precoce.
Tratamento conservador
Pode ser indicado para fraturas estáveis ou em pacientes com contraindicação cirúrgica. Envolve o uso de tração, imobilização e fisioterapia intensiva.
Reabilitação
Após o tratamento inicial, o paciente precisa de fisioterapia para recuperar força muscular, equilíbrio e amplitude de movimento. O processo de reabilitação é essencial para evitar complicações, como rigidez articular e perda de massa muscular.
8 – CID S72 dá direito a afastamento do trabalho?
Sim. A fratura do fêmur é uma condição que normalmente exige afastamento do trabalho, pois compromete diretamente a locomoção e a capacidade funcional.
O tempo de afastamento pode variar de 60 a 180 dias, dependendo do tipo de fratura, da resposta ao tratamento e da profissão do paciente.
Se o afastamento ultrapassar 15 dias, o trabalhador pode solicitar auxílio-doença (INSS), apresentando laudos e atestados médicos com o código CID S72.
9 – Importância do CID S72 na prática clínica
O CID S72 é de extrema importância para a prática médica, pois permite:
- Padronizar o diagnóstico de fraturas femorais;
- Facilitar o registro e a comunicação entre profissionais de saúde;
- Apoiar a definição de tratamentos cirúrgicos e de reabilitação;
- Garantir a correta emissão de documentos médicos e previdenciários.
Além disso, o uso preciso do código auxilia em estatísticas epidemiológicas e no planejamento de políticas públicas de prevenção de traumas.
10 – Concluindo
O CID S72 – Fratura do fêmur representa uma das lesões ósseas mais graves e que exige atendimento médico urgente. O tratamento adequado, geralmente cirúrgico, e o acompanhamento fisioterápico são fundamentais para garantir a recuperação funcional e evitar complicações.
O uso correto do código CID S72 é essencial para o registro clínico, o planejamento terapêutico e a concessão de benefícios previdenciários, além de contribuir para o acompanhamento epidemiológico dos casos de trauma.
 









