1 – O que é o CID R52?
O CID R52 é utilizado para registrar casos de dor que não podem ser atribuídos a uma causa específica, não se enquadram em diagnósticos mais detalhados ou ainda estão em investigação. Essa categoria contempla dores agudas ou crônicas, de localização variada, quando não há evidências clínicas suficientes para classificá-las em outro código mais preciso.

2 – Subcategorias do CID R52
O R52 se divide em três subcategorias:
- R52.0 – Dor aguda
- R52.1 – Dor crônica intratável
- R52.2 – Outra dor crônica
- R52.9 – Dor, não especificada
3 – Localização na CID-10
O CID R52 está no Capítulo XVIII – Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e laboratoriais (R00–R99), que reúne condições identificadas principalmente por sintomas quando o diagnóstico definitivo ainda não está concluído.
4 – Descrição clínica e características
A dor pode apresentar diferentes intensidades, duração e características:
- Aguda: início súbito, geralmente relacionada a eventos recentes.
- Crônica: persistente por mais de três meses, podendo afetar sono, humor, funcionalidade e qualidade de vida.
- Localizada ou difusa.
- Com ou sem fatores desencadeantes conhecidos.
Por não possuir etiologia definida, o CID R52 costuma ser utilizado enquanto a investigação clínica está em andamento ou quando a causa permanece indefinida mesmo após avaliação.
5 – Quando utilizar o CID R52?
O R52 deve ser utilizado quando:
- A dor é a principal queixa, mas não há diagnóstico etiológico confirmado;
- O quadro apresenta apenas manifestação dolorosa, sem sinais suficientes que indiquem outro CID mais específico;
- A dor é crônica, porém sem causa identificada;
- O médico precisa registrar o sintoma para fins clínicos, estatísticos ou administrativos.

6 – Diagnóstico e avaliação
A avaliação inclui:
- Anamnese detalhada (localização, duração, intensidade, fatores agravantes e aliviadores);
- Exame físico completo;
- Exames complementares quando necessário (imagem, laboratoriais);
- Avaliação multidisciplinar em casos complexos, especialmente em dores crônicas.
O objetivo é identificar possíveis causas — musculoesqueléticas, neurológicas, inflamatórias, metabólicas, emocionais — e determinar se existe um código mais específico que substitua o R52.
7 – Tratamento
O tratamento varia de acordo com o tipo de dor e sua intensidade:
- Analgésicos e anti-inflamatórios;
- Relaxantes musculares, quando indicado;
- Antidepressivos ou anticonvulsivantes em dores neuropáticas crônicas;
- Fisioterapia e exercícios orientados;
- Terapias complementares (acupuntura, terapia manual);
- Abordagem psicológica para manejo da dor crônica;
- Acompanhamento em clínicas de dor nos casos refratários.
Mesmo quando não há causa definida, o foco é reduzir o impacto da dor no cotidiano e melhorar a funcionalidade.

8 – CID R52 dá direito a afastamento do trabalho?
Pode dar, desde que a dor cause incapacidade funcional. A decisão depende da intensidade, da limitação gerada e do tipo de atividade profissional. Em dores agudas intensas ou quadros crônicos incapacitantes, o médico pode emitir atestado. Para afastamentos prolongados via INSS, é necessária documentação clínica adequada e comprovação da incapacidade.
9 – Importância do CID R52 na prática clínica
O CID R52 é fundamental para:
- Registrar sintomas quando a causa não está definida;
- Acompanhar pacientes em investigação;
- Organizar dados epidemiológicos sobre dor;
- Comunicar achados clínicos de forma objetiva;
- Justificar condutas terapêuticas iniciais enquanto o diagnóstico é esclarecido.
Ele também evita o uso inadequado de códigos etiológicos quando não há confirmação de diagnóstico.
10 – Concluindo
O CID R52 – Dor não classificada em outra parte é uma categoria essencial para registrar quadros dolorosos sem diagnóstico definido. Permite o acompanhamento clínico adequado, orienta o tratamento inicial e oferece suporte administrativo e epidemiológico. A dor deve ser sempre investigada de forma cuidadosa para, sempre que possível, substituir o R52 por um diagnóstico mais específico.









