
Imagine um sistema universal que classifica e organiza as doenças e problemas relacionados à saúde, permitindo que profissionais da área médica de todo o mundo se comuniquem na mesma língua. Essa é a função da CID 10.
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, mais conhecida como CID 10, é uma ferramenta fundamental na rotina de médicos, gestores e administradores de clínicas e consultórios. Mais do que uma simples codificação, o CID é um padrão internacional que permite a comunicação padronizada entre profissionais de saúde, sistemas, instituições e órgãos reguladores — garantindo mais segurança, clareza e eficiência nos atendimentos e na gestão em saúde.
A sua utilização vai muito além da mera classificação, pois serve como base para estatísticas de saúde pública, estudos epidemiológicos, sistemas de reembolso em saúde e tomada de decisões em políticas de saúde. Compreender a classificação é essencial para profissionais da área médica e para todos os envolvidos no cuidado e na gestão da saúde.
Por isso é muito importante que todo profissional de saúde conheça essa ferramenta tão importante para a prática médica.
Neste artigo você vai se aprofundar em todo os detalhes da CID 10, como é estruturada, sua relevância e aplicação na rotina médica.
1 – O que é a CID 10?
A CID é um sistema global de classificação que abrange doenças, sintomas, queixas, causas externas, sinais, aspectos anormais e circunstâncias sociais relacionadas a doenças ou ferimentos.
Essa ferramenta foi desenvolvida e é mantida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo amplamente utilizada em todo o mundo para padronizar o registro e a análise de informações médicas.
A primeira versão da CID, conhecida como CID-1, foi publicada em 1893, inicialmente focando na classificação das causas de morte. No entanto, ao longo do tempo, ela evoluiu para abranger uma ampla gama de condições médicas e de saúde.
A versão mais conhecida e que trouxe avanços significativos na organização de codificação foi a CID 10, lançada em 1992, que introduziu diversas melhorias e uma estrutura mais precisa e eficiente na classificação das doenças e condições.
Em 2022, a OMS lançou a 11ª revisão da CID, trazendo vários incrementos no sistema de classificação. Essa revisão foi compilada e atualizada com informações de mais de 90 países e adotou um novo formato totalmente digital, proporcionando recursos multilíngues para tornar a ferramenta acessível a todos.
No Brasil, devido às necessidades de adequação ao sistema de informação, registros da vigilância, treinamento dos profissionais da saúde e ações estratégicas para a migração definitiva dos dados, a utilização da 11º edição ainda não é obrigatória, assim seu prazo de implementação foi estipulado para janeiro de 2027.
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2 – Qual a importância da CID-10 para medicina?

A importância da CID 10 na medicina é muito grande. Primeiramente, ela permite uma comunicação precisa e consistente entre profissionais de saúde em todo o mundo, facilitando a troca de informações sobre diagnósticos, tratamentos e estatísticas de saúde. Além disso, a CID 10 é essencial para o monitoramento e a vigilância epidemiológica, fornecendo dados precisos sobre a incidência e a prevalência de doenças em diferentes populações e regiões geográficas.
Outro aspecto da CID 10 é sua utilidade na alocação de recursos e no planejamento de políticas de saúde, pois ao identificar e categorizar as doenças de forma sistemática, ajuda os gestores de saúde a priorizar áreas de intervenção, distribuir orçamentos de forma eficaz e implementar estratégias de prevenção e controle de doenças.
Em resumo, a CID 10 representa um avanço importante na classificação de doenças e condições médicas, contribuindo para a qualidade do atendimento de saúde em todo o mundo, refletindo na evolução da medicina e na compreensão das condições de saúde.
3 – Como funciona a CID-10?
A CID-10 é composta por códigos alfanuméricos que variam de A00 a Z99. Esses códigos são organizados em capítulos que correspondem a diferentes grupos de doenças e condições. Cada código é dividido em três partes principais: a letra inicial, que indica o capítulo ou grupo de doenças; dois dígitos que especificam a categoria da condição; e um dígito decimal opcional que fornece maior especificidade.
Por exemplo:
A00-A09: Doenças infecciosas intestinais
B20-B24: Doenças causadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
C00-C97: Neoplasias (tumores)
Cada capítulo cobre um sistema específico do corpo ou uma classe de doenças.
Por exemplo:
Capítulo I: Certas doenças infecciosas e parasitárias (A00-B99)
Capítulo II: Neoplasias (C00-D48)
Capítulo III: Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários (D50-D89)
4 – Estrutura da CID-10
A CID 10 está organizada em 21 capítulos, agrupando milhares de doenças e condições de saúde por sistema ou tipo de transtorno. Cada capítulo é identificado por uma letra ou combinação de letras e abrange uma faixa específica de códigos. Confira a seguir a lista completa:
Capítulo | Descrição | Códigos |
---|---|---|
I | Algumas doenças infecciosas e parasitárias | A00–B99 |
II | Neoplasias (tumores) | C00–D48 |
III | Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários | D50–D89 |
IV | Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas | E00–E90 |
V | Transtornos mentais e comportamentais | F00–F99 |
VI | Doenças do sistema nervoso | G00–G99 |
VII | Doenças do olho e anexos | H00–H59 |
VIII | Doenças do ouvido e da apófise mastoide | H60–H95 |
IX | Doenças do aparelho circulatório | I00–I99 |
X | Doenças do aparelho respiratório | J00–J99 |
XI | Doenças do aparelho digestivo | K00–K93 |
XII | Doenças da pele e do tecido subcutâneo | L00–L99 |
XIII | Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo | M00–M99 |
XIV | Doenças do aparelho geniturinário | N00–N99 |
XV | Gravidez, parto e puerpério | O00–O99 |
XVI | Algumas afecções originadas no período perinatal | P00–P96 |
XVII | Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas | Q00–Q99 |
XVIII | Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte | R00–R99 |
XIX | Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas | S00–T98 |
XX | Causas externas de morbidade e de mortalidade | V01–Y98 |
XXI | Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde | Z00–Z99 |
Além desses capítulos principais, a CID 10 também possui anexos e classificações especiais, como:
- Capítulo XXII – Códigos para propósitos especiais (U00–U99), incluindo emergências como COVID-19.
- Anexo – Classificações suplementares, como causas externas detalhadas ou tabelas de neoplasias.
Ter familiaridade com essa estrutura facilita o uso eficiente da CID no prontuário eletrônico, na prescrição, na elaboração de relatórios clínicos e na codificação para operadoras de saúde.
5 – Utilização da CID-10

A CID-10 é uma ferramenta de uso diário para profissionais de saúde, e sua importância vai além de uma simples referência, pois padroniza nomenclaturas, sendo fundamental na coleta de dados e na elaboração de relatórios de saúde.
1. Comunicação padronizada
Ao adotar uma linguagem internacionalmente reconhecida, o CID 10 facilita a troca de informações entre profissionais de saúde, inclusive em contextos multilíngues ou interinstitucionais.
2. Prontuário eletrônico e registros clínicos
Sistemas modernos, como o QuarkClinic, integram o CID 10 ao prontuário eletrônico do paciente, permitindo o registro rápido, preciso e seguro de diagnósticos. Isso agiliza o atendimento e melhora a qualidade das anotações médicas.
3. Faturamento e auditoria
Planos de saúde e operadoras utilizam os códigos CID para validar procedimentos, calcular reembolsos e cruzar dados clínicos com dados financeiros. O preenchimento incorreto ou ausente pode causar glosas e atrasos nos pagamentos.
4. Pesquisa e estatística
Órgãos como o Ministério da Saúde utilizam dados de CID para traçar o perfil epidemiológico da população, monitorar surtos e embasar políticas públicas de saúde.
5. Licenças médicas e atestados
Atestados e documentos formais exigem, frequentemente, a inclusão do código CID para justificativas legais ou previdenciárias.
6 – Principais cuidados ao utilizar a CID 10

Apesar de sua utilidade, o uso da CID 10 exige atenção para evitar erros e distorções. Veja os principais cuidados:
1. Evite generalizações
Opte sempre pelo código mais específico possível. Por exemplo, prefira E11.9 – Diabetes mellitus tipo 2 sem complicações ao invés de E11 – Diabetes mellitus tipo 2 quando aplicável.
2. Atenção ao sigilo médico
Embora o uso do CID seja comum em atestados, é importante lembrar que nem sempre o paciente autoriza a divulgação do diagnóstico. Respeite a confidencialidade e evite códigos sensíveis quando não houver exigência legal.
3. Atualizações e transições
Embora o CID 10 ainda seja amplamente utilizado, a OMS já lançou o CID 11. Fique atento às atualizações e à transição futura — sistemas como o QuarkClinic já se preparam para esse movimento.
CID 10 x CID 11: o que muda?
A CID 11 é a nova versão lançada pela OMS e começou a ser adotada em vários países em 2022. No Brasil, a transição ainda está em planejamento, mas é importante que profissionais de saúde estejam preparados para as mudanças.
Entre as principais novidades do CID 11:
- Mais detalhamento e flexibilidade nos códigos
- Integração digital nativa com sistemas eletrônicos
- Inclusão de conceitos modernos de saúde mental, dor crônica, saúde sexual, entre outros
- Facilidade de mapeamento entre códigos anteriores e novos
no nosso país, devido às necessidades de adequação ao sistema de informação, registros da vigilância, treinamento dos profissionais da saúde e ações estratégicas para a migração definitiva dos dados, a 11º edição ainda não está sendo utilizada. Tendo assim seu prazo de implementação estipulado para 1º de janeiro de 2027.
Contudo, a CID 11 já pode ser consultada aqui!
Concluindo
Devido a sua importância, a CID-10 desempenha um papel fundamental na prática médica moderna, contribuindo de maneira significativa para a precisão do diagnóstico, eficácia no tratamento e o avanço contínuo da pesquisa médica.
A utilização da CID-10 tem transformado significativamente o campo da saúde ao oferecer uma estrutura padronizada para a codificação de diagnósticos e condições médicas. Sua utilização ampla e consistente permite uma melhor organização dos dados de saúde, facilitando tanto a prática clínica diária quanto a pesquisa epidemiológica e a gestão de saúde pública.
A precisão e a uniformidade dos códigos CID-10 garantem que as informações sobre os pacientes sejam claras e comparáveis, melhorando a qualidade do cuidado e a comunicação entre os profissionais de saúde.
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