
1 – O que é o CID F20?
O CID F20 é o código utilizado para classificar a esquizofrenia, um transtorno mental grave e crônico caracterizado por alterações do pensamento, da percepção, das emoções e do comportamento. A condição compromete de forma significativa a capacidade de julgamento, a relação com a realidade e o funcionamento social e ocupacional do indivíduo.
A esquizofrenia costuma surgir no final da adolescência ou no início da vida adulta e exige acompanhamento médico contínuo.
2 – Subcategorias do CID F20
O CID F20 é subdividido em diferentes formas clínicas, de acordo com o padrão predominante de sintomas:
- F20.0 – Esquizofrenia paranoide
- F20.1 – Esquizofrenia hebefrênica
- F20.2 – Esquizofrenia catatônica
- F20.3 – Esquizofrenia indiferenciada
- F20.4 – Depressão pós-esquizofrênica
- F20.5 – Esquizofrenia residual
- F20.6 – Esquizofrenia simples
- F20.8 – Outras esquizofrenias
- F20.9 – Esquizofrenia não especificada
Essas subcategorias auxiliam na descrição clínica e no planejamento terapêutico.

3 – Localização na CID-10
O CID F20 está localizado no Capítulo V – Transtornos mentais e comportamentais (F00–F99).
Integra o grupo F20–F29, que engloba esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes.
4 – Descrição clínica e características
A esquizofrenia pode apresentar um conjunto variado de sintomas, geralmente classificados em positivos, negativos e cognitivos:
- Delírios (crenças falsas persistentes)
- Alucinações, especialmente auditivas
- Pensamento desorganizado
- Discurso incoerente
- Comportamento desorganizado ou catatônico
- Embotamento afetivo
- Isolamento social
- Redução da motivação e da iniciativa
- Prejuízo da atenção e da memória
Os sintomas variam em intensidade e podem ocorrer em fases agudas ou residuais.
5 – Quando utilizar o CID F20?
O CID F20 deve ser utilizado quando:
- O diagnóstico de esquizofrenia foi estabelecido por médico especialista
- Os sintomas psicóticos persistem por período compatível com os critérios diagnósticos
- Há necessidade de registro clínico adequado no prontuário
- O código é exigido para laudos, atestados, relatórios ou encaminhamentos
A utilização correta do CID é essencial para o acompanhamento clínico e administrativo do paciente.
6 – Diagnóstico e avaliação
O diagnóstico da esquizofrenia é clínico e envolve:
- Avaliação psiquiátrica detalhada
- Análise da história clínica e familiar
- Observação da evolução dos sintomas ao longo do tempo
Exames complementares podem ser solicitados para descartar outras condições:
- Exames laboratoriais
- Neuroimagem (quando indicado)
- Avaliação neuropsicológica
Não existe exame específico que confirme a esquizofrenia; o diagnóstico baseia-se em critérios clínicos bem definidos.
7 – Tratamento
O tratamento da esquizofrenia é contínuo e multidisciplinar, podendo incluir:
- Antipsicóticos de primeira ou segunda geração
- Psicoterapia de apoio
- Acompanhamento psiquiátrico regular
- Intervenções psicossociais
- Apoio familiar
- Reabilitação psicossocial
A adesão ao tratamento é fundamental para reduzir recaídas e melhorar a qualidade de vida.
8 – CID F20 dá direito a afastamento do trabalho?
O CID F20 pode justificar afastamento do trabalho, especialmente durante fases agudas da doença ou quando há prejuízo significativo da capacidade funcional.
Em muitos casos, a esquizofrenia pode levar a:
- Afastamentos temporários
- Readaptação de função
- Incapacidade laboral parcial ou total
A avaliação deve ser feita pelo médico assistente e, quando necessário, por perícia médica.
9 – Importância do CID F20 na prática clínica
O CID F20 é de extrema relevância na prática clínica porque:
- Permite o correto enquadramento diagnóstico
- Orienta o tratamento farmacológico e psicossocial
- Facilita o acompanhamento longitudinal do paciente
- Fundamenta relatórios médicos, perícias e benefícios previdenciários
- Contribui para a organização dos dados epidemiológicos em saúde mental
Seu uso adequado garante maior segurança clínica e administrativa.
10 – Concluindo
O CID F20 classifica a esquizofrenia, um transtorno mental grave que exige diagnóstico precoce, tratamento contínuo e acompanhamento especializado. A correta utilização desse CID é essencial para assegurar cuidado adequado ao paciente, apoio social e registros clínicos precisos, promovendo melhor prognóstico e qualidade de vida.









