A CID G43 é o código da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10ª edição (CID-10) utilizado para identificar a enxaqueca. Trata-se de um distúrbio neurológico caracterizado por crises recorrentes de dor de cabeça, geralmente de intensidade moderada a forte, que podem durar de algumas horas a vários dias. Além da dor, a condição costuma vir acompanhada de sintomas como náuseas, vômitos e sensibilidade exagerada à luz e ao som.
A enxaqueca é uma das formas mais comuns de cefaleia primária e afeta significativamente a qualidade de vida. Estima-se que atinja cerca de 15% da população mundial, sendo mais frequente em mulheres, especialmente durante a fase reprodutiva, devido à influência hormonal.

O que significa o CID G43?
O CID G43 engloba diferentes subtipos de enxaqueca, incluindo variações com e sem aura. A aura é um conjunto de sintomas neurológicos temporários que antecedem ou acompanham a dor, podendo incluir alterações visuais, formigamento ou dificuldade para falar.
A enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça comum: ela envolve alterações nos vasos sanguíneos e na atividade elétrica do cérebro, além de estar associada a fatores genéticos e ambientais.
Em que capítulo da CID-10 está a CID G43?
O CID G43 está incluído no Capítulo VI – Doenças do sistema nervoso (G00–G99), que abrange condições neurológicas como epilepsia, esclerose múltipla e transtornos dos nervos periféricos.
Tipos de enxaqueca segundo a CID G43
O código G43 é subdividido para classificar a enxaqueca de forma mais precisa:
- G43.0 – Enxaqueca sem aura: forma mais comum, caracterizada por dor pulsante unilateral, agravada por esforço físico e associada a náuseas ou sensibilidade à luz/sons.
- G43.1 – Enxaqueca com aura: precedida ou acompanhada por sintomas neurológicos reversíveis, como visão embaçada, pontos luminosos, zigue-zagues ou formigamentos.
- G43.2 – Estado migranoso: crises prolongadas (acima de 72 horas) ou muito intensas, de difícil controle.
- G43.3 – Enxaqueca complicada: envolve sintomas neurológicos persistentes após a crise.
- G43.8 – Outras enxaquecas: tipos menos comuns ou atípicos.
- G43.9 – Enxaqueca não especificada: diagnóstico sem detalhes sobre o tipo.
Sintomas da enxaqueca
Os sintomas variam de acordo com o tipo de enxaqueca e a sensibilidade individual, mas os mais comuns incluem:
- Dor de cabeça latejante, geralmente em um lado da cabeça
- Intensidade moderada a forte, agravada por atividades físicas
- Náuseas e vômitos
- Fotofobia (sensibilidade à luz)
- Fonofobia (sensibilidade a sons)
- Alterações visuais ou sensoriais (em casos com aura)
- Fadiga e dificuldade de concentração durante e após a crise
A duração das crises varia de 4 a 72 horas, e em alguns casos, os sintomas podem persistir por dias na forma de uma sensação de “ressaca” pós-crise.
Causas e fatores de risco
A enxaqueca tem origem multifatorial. Entre as causas e fatores desencadeantes mais comuns estão:
- Histórico familiar (predisposição genética)
- Alterações hormonais (menstruação, gravidez, menopausa)
- Estresse físico ou emocional
- Privação ou excesso de sono
- Consumo de certos alimentos e bebidas (chocolate, café, queijos curados, bebidas alcoólicas)
- Mudanças climáticas ou de pressão atmosférica
- Exposição intensa à luz, sons ou odores fortes
Diagnóstico
O diagnóstico da enxaqueca é clínico, baseado no histórico do paciente e na exclusão de outras causas de dor de cabeça. Não existem exames laboratoriais específicos para confirmar a doença, mas o médico pode solicitar exames de imagem (como tomografia ou ressonância magnética) para descartar outras condições neurológicas.
Tratamento
O tratamento da enxaqueca pode ser dividido em duas abordagens:
- Tratamento das crises (abortivo)
- Analgésicos comuns ou anti-inflamatórios (ibuprofeno, naproxeno)
- Triptanos (medicação específica para enxaqueca)
- Anti-eméticos para náuseas e vômitos
- Tratamento preventivo
- Betabloqueadores, anticonvulsivantes ou antidepressivos para reduzir frequência e intensidade das crises
- Ajustes no estilo de vida: manter rotina regular de sono, alimentação equilibrada, hidratação adequada e prática de atividade física
- Identificação e controle dos gatilhos
Em casos refratários, outras terapias podem ser indicadas, como aplicação de toxina botulínica ou neuromodulação.
Complicações possíveis
Se não tratada adequadamente, a enxaqueca pode evoluir para formas crônicas, com crises frequentes (mais de 15 dias por mês). Além disso, há risco aumentado de certos problemas cardiovasculares e, raramente, de complicações neurológicas como infarto migranoso.