
1 – O que é o CID N19?
O CID N19 corresponde ao diagnóstico de insuficiência renal não especificada, utilizado quando há evidência clínica e laboratorial de comprometimento da função renal, mas sem definição clara se o quadro é agudo, crônico ou de outra classificação específica.
O código funciona como uma categoria abrangente, empregada quando o médico identifica disfunção renal, mas não dispõe de informações suficientes para enquadrá-la em códigos mais detalhados, como insuficiência renal aguda (N17) ou crônica (N18).
2 – Subcategorias do CID N19
O CID N19 não possui subcategorias internas, sendo um código isolado dentro da classificação.
É utilizado como diagnóstico genérico quando não é possível caracterizar o tipo de insuficiência renal.
3 – Localização na CID-10
O CID N19 está inserido no Capítulo XIV – Doenças do aparelho geniturinário (N00–N99), dentro do grupo N17–N19, que abrange insuficiências renais de diferentes naturezas:
- N17 – Insuficiência renal aguda
- N18 – Insuficiência renal crônica
- N19 – Insuficiência renal não especificada
Esse posicionamento destaca sua função como diagnóstico amplo para casos ainda não definidos.
4 – Descrição clínica e características
A insuficiência renal não especificada envolve a redução da capacidade dos rins de filtrar o sangue, regular eletrólitos e eliminar toxinas.
O quadro pode apresentar características como:
- Aumento da creatinina sérica
- Elevação da ureia
- Distúrbios eletrolíticos (hipercalemia, acidose metabólica)
- Redução da taxa de filtração glomerular (TFG)
- Edema
- Fadiga intensa
- Alterações urinárias (oligúria, anúria ou poliúria)
Os sinais e sintomas variam conforme a gravidade e a causa subjacente, que pode ser pré-renal, renal ou pós-renal, mesmo não estando especificada neste código.

5 – Quando utilizar o CID N19?
O CID N19 deve ser utilizado quando:
- Há alterações renais significativas, mas não é possível definir se o quadro é agudo ou crônico.
- Faltam exames ou informações suficientes para detalhar a condição.
- A insuficiência renal é identificada incidentalmente, sem histórico prévio definido.
- O laudo, prontuário ou relatório precisa registrar disfunção renal, mas a etiologia permanece indeterminada.
É um código transitório até que uma classificação mais específica seja possível.
6 – Diagnóstico e avaliação
O diagnóstico envolve avaliação clínica e laboratorial, incluindo:
- Dosagem de creatinina e ureia
- Cálculo da TFG
- Exames de urina (EAS, proteinúria, microalbuminúria)
- Ultrassonografia renal para avaliação estrutural
- Hemograma
- Eletrólitos (sódio, potássio, bicarbonato)
- Histórico clínico detalhado
- Avaliação de uso de medicamentos nefrotóxicos
A insuficiência renal deve ser posteriormente classificada quando mais dados forem obtidos, substituindo o N19 por um código mais preciso.
7 – Tratamento
O tratamento depende da causa, da gravidade e do estado clínico do paciente, podendo incluir:
Medidas conservadoras
- Hidratação adequada
- Controle da pressão arterial
- Ajuste de medicamentos nefrotóxicos
- Controle glicêmico em diabéticos
Tratamento de complicações
- Correção de eletrólitos
- Tratamento da acidose metabólica
- Diuréticos quando necessário
Intervenções em casos graves
- Terapia renal substitutiva (hemodiálise ou diálise peritoneal)
- Intervenções cirúrgicas em casos de obstrução urinária
- Internação para estabilização clínica
A definição posterior do tipo de insuficiência renal é fundamental para manejo contínuo.
8 – CID N19 dá direito a afastamento do trabalho?
Sim, dependendo da gravidade. A insuficiência renal não especificada pode justificar afastamento, especialmente quando:
- Há sintomas importantes como fadiga, edema, náuseas ou alterações eletrolíticas.
- O paciente necessita de internação ou investigação mais aprofundada.
- Há risco de progressão ou complicações que impedem o desempenho laboral.
- O tratamento exige procedimentos prolongados ou consultas frequentes.
Para afastamentos superiores a 15 dias, o paciente deve passar por perícia do INSS, que avaliará o grau de incapacidade.
9 – Importância do CID N19 na prática clínica
O CID N19 é relevante porque:
- Permite registrar disfunção renal mesmo sem diagnóstico definitivo.
- Facilita encaminhamento para nefrologia com documentação adequada.
- Auxilia no monitoramento e revisão diagnóstica.
- Evita classificações inadequadas quando não há dados suficientes.
- Possibilita emissão de relatórios, laudos e atestados adequados durante a investigação clínica.
É um código útil em situações iniciais e de incerteza diagnóstica.
10 – Concluindo
O CID N19 abrange casos de insuficiência renal em que o tipo, a origem ou a evolução ainda não foram definidos. Embora seja um diagnóstico genérico, representa uma condição séria que requer investigação detalhada, acompanhamento contínuo e tratamento adequado. Sua utilização correta garante precisão nos registros clínicos e alinhamento com as diretrizes da CID-10.









