1 – O que é o CID N93?
O CID N93 é utilizado para registrar sangramentos anormais do útero e da vagina que não se enquadram em causas específicas descritas em outros códigos da CID-10. Esses sangramentos podem ocorrer fora do período menstrual, com fluxo mais intenso, prolongado ou irregular, e sem causa evidente inicialmente. É um código frequentemente aplicado enquanto a investigação diagnóstica está em andamento.

2 – Subcategorias do CID N93
O N93 é dividido em:
- N93.0 – Sangramento pós-coito
- N93.8 – Outros sangramentos anormais do útero e da vagina especificados
- N93.9 – Sangramento anormal do útero e da vagina, não especificado
3 – Localização na CID-10
O CID N93 está no Capítulo XIV – Doenças do aparelho geniturinário (N00–N99), na seção que abrange distúrbios menstruais e hemorragias anormais.
4 – Descrição clínica e características
Os sangramentos anormais podem ocorrer de diferentes formas:
- Fluxo menstrual mais intenso ou prolongado;
- Sangramentos entre os ciclos (spotting);
- Sangramento após relação sexual;
- Episódios sem padrão definido;
- Perda sanguínea suficiente para causar desconforto, anemia ou impacto na qualidade de vida.
As causas possíveis são diversas, incluindo alterações hormonais, pólipos, miomas, infecções ginecológicas, efeitos farmacológicos, gestação inicial, trauma, entre outros. O CID N93 é utilizado quando essas causas ainda não foram confirmadas ou não se enquadram em classificações mais específicas.
5 – Quando utilizar o CID N93?
O CID N93 deve ser utilizado quando:
- O sangramento fora do padrão menstrual é a principal queixa;
- Não há diagnóstico confirmado que explique o quadro;
- A paciente apresenta sangramento pós-coito sem causa definida;
- Exames iniciais não identificam anormalidades específicas;
- O médico precisa registrar o sintoma enquanto os exames complementares são realizados.

6 – Diagnóstico e avaliação
A avaliação deve ser cuidadosa e inclui:
- Anamnese detalhada (ciclos menstruais, intensidade, frequência);
- Exame ginecológico;
- Ultrassonografia transvaginal;
- Teste de gravidez;
- Exames laboratoriais (hemograma, dosagens hormonais);
- Pesquisa de ISTs quando necessário;
- Colposcopia e biópsia em casos de suspeita cervical.
A investigação busca identificar causas estruturais ou funcionais, permitindo substituir o N93 por um CID mais preciso quando possível.
7 – Tratamento
O tratamento depende da causa identificada e da intensidade do sangramento. Pode incluir:
- Anti-inflamatórios para redução do fluxo;
- Terapia hormonal (anticoncepcionais, progesterona);
- Tratamento de infecções ginecológicas;
- Remoção de pólipos ou miomas;
- Ajuste ou suspensão de medicamentos que possam provocar sangramento;
- Suplementação de ferro em casos de anemia;
- Acompanhamento ginecológico regular.
Quando a causa é indefinida, o tratamento visa estabilizar o quadro e monitorar a paciente até definição diagnóstica.
8 – CID N93 dá direito a afastamento do trabalho?
Afastamento pode ser necessário em casos de:
- Sangramento intenso que gere fraqueza, tontura ou incapacidade;
- Anemia significativa;
- Necessidade de repouso ou acompanhamento médico frequente;
- Procedimentos ginecológicos decorrentes do quadro.
Para afastamentos superiores a 15 dias, é necessária avaliação pericial pelo INSS, mediante comprovação de incapacidade temporária.
9 – Importância do CID N93 na prática clínica
O CID N93 é essencial porque:
- Permite registrar sangramentos anormais mesmo sem diagnóstico definitivo;
- Facilita a organização de dados epidemiológicos sobre distúrbios menstruais;
- Ajuda a documentar atendimentos e condutas;
- Garante um registro correto enquanto aguarda exames e diagnósticos mais conclusivos;
- Evita o uso indevido de CIDs causais sem confirmação.
10 – Concluindo
O CID N93 é utilizado para identificar sangramentos anormais do útero e da vagina quando a causa ainda não é clara ou não se enquadra em outras classificações. A investigação cuidadosa é fundamental para definir o diagnóstico e orientar o tratamento adequado. Seu uso adequado contribui para o acompanhamento clínico seguro, redução de riscos e melhora na qualidade de vida das pacientes.









