A CID R51 é o código da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) que se refere a:
CID R51 – Cefaleia (dor de cabeça)
Esse código é usado para registrar casos de dor de cabeça não especificada, ou seja, sem diagnóstico definido quanto à causa (como enxaqueca, cefaleia tensional, cefaleia em salvas ou secundária a outra condição). É uma das queixas mais comuns em atendimentos clínicos e de pronto-socorro.
Localização na CID-10
A CID R51 está inserida no:
Capítulo XVIII – Sinais, sintomas e achados anormais de exames clínicos e laboratoriais (R00–R99)
Subgrupo R50–R69 – Sintomas gerais e achados anormais
Este capítulo é utilizado quando não há diagnóstico clínico ou etiológico definido, servindo como descritor sintomático.

Quando usar a CID R51?
A CID R51 deve ser utilizada quando:
- O paciente apresenta dor de cabeça aguda ou crônica, mas sem diagnóstico específico no momento do atendimento
- O quadro é inespecífico ou autolimitado
- Ainda não foi possível concluir a investigação diagnóstica
- A cefaleia é considerada benigna e primária, mas sem uma tipificação (ex: migrânea ou tensional)
⚠️ Se a dor de cabeça for sintoma de outra condição (como meningite, sinusite, trauma ou tumor), deve-se utilizar o código principal da condição de base.
Características da cefaleia (CID R51)
A dor pode se manifestar de várias formas:
- Localizada (frontal, occipital, temporal)
- Difusa ou em pressão
- Pulsátil, latejante ou contínua
- Com ou sem náuseas
- Com ou sem sensibilidade à luz (fotofobia) ou ao som (fonofobia)
A intensidade e frequência são variáveis, e podem impactar significativamente a rotina do paciente.
Tipos de cefaleia mais comuns (não especificados em CID R51)
A CID R51 não especifica o tipo de cefaleia, mas na prática clínica, os principais diagnósticos diferenciais são:
- Cefaleia tensional
- Enxaqueca (migrânea)
- Cefaleia cervicogênica
- Cefaleia secundária (infecções, alterações de pressão, sinusite, uso de medicamentos)
- Cefaleia em salvas (menos comum, mas intensa)
Para diagnósticos definidos, utilize os códigos G43 (enxaqueca), G44 (outras síndromes cefaleicas), entre outros.
Diagnóstico e avaliação
O uso de R51 ocorre principalmente na primeira avaliação clínica, antes da definição da causa. O exame físico e neurológico deve avaliar sinais de alerta, como:
- Início súbito e intenso (“cefaleia em trovoada”)
- Febre, rigidez de nuca
- Vômitos em jato
- Déficits neurológicos
- Alterações visuais
- Mudanças no padrão da dor
Se houver suspeita de causa secundária, exames como tomografia de crânio, ressonância magnética, punção lombar ou exames laboratoriais podem ser indicados.
Tratamento
O manejo da cefaleia sem causa identificada geralmente é sintomático, com:
- Analgésicos comuns (paracetamol, dipirona)
- Anti-inflamatórios (ibuprofeno, naproxeno)
- Repouso em ambiente tranquilo
- Hidratação
- Orientação para retorno caso haja piora, recorrência ou novos sintomas
Se os episódios forem frequentes ou incapacitantes, o paciente deve ser encaminhado para avaliação neurológica especializada.
Relevância do CID R51 na prática clínica
- É uma das principais causas de consulta ambulatorial e em prontos-socorros
- Frequentemente associada a estresse, fadiga, distúrbios do sono ou tensão muscular
- Seu uso é comum em atestados médicos, especialmente quando a cefaleia é episódica e sem gravidade
- Também utilizado em serviços ocupacionais ou clínicos para afastamento temporário de atividades
A CID R51 representa um diagnóstico descritivo e provisório de cefaleia, quando ainda não há definição da causa. Seu uso é comum e necessário na primeira abordagem médica, permitindo registro clínico, justificativa terapêutica e acompanhamento do paciente.
Em casos recorrentes, graves ou com sinais de alarme, a investigação deve ser aprofundada para excluir causas secundárias e migrar o CID para um código mais específico.