1 – O que é o CID T90?
O CID T90 refere-se às sequelas decorrentes de traumatismos da cabeça. Isso significa que não se trata do traumatismo em si, mas das consequências que permanecem após a fase aguda da lesão, podendo envolver sintomas físicos, cognitivos, motores ou emocionais. É uma classificação importante, pois permite identificar os impactos permanentes ou de longa duração que um paciente pode apresentar após sofrer uma lesão craniana.

2 – Subcategorias da CID T90
O código T90 pode ser detalhado em subcategorias que especificam o tipo de sequela:
- T90.0 – Sequelas de fratura do crânio e dos ossos da face
- T90.1 – Sequelas de traumatismo intracraniano
- T90.2 – Sequelas de traumatismo de nervo craniano
- T90.3 – Sequelas de traumatismo ocular e orbitário
- T90.4 – Sequelas de traumatismo de cabeça envolvendo múltiplas regiões
- T90.8 – Outras sequelas de traumatismo da cabeça
- T90.9 – Sequelas de traumatismo da cabeça, não especificadas
Essa divisão auxilia médicos a registrar de forma mais precisa o tipo de complicação deixada pelo traumatismo.
3 – Localização na CID-10
O CID T90 está localizado no Capítulo XIX da CID-10, que abrange “Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas” (S00-T98). Mais especificamente, encontra-se na seção de “Sequelas de traumatismos, de envenenamentos e de outras consequências de causas externas” (T90-T98).
4 – Descrição clínica e características
As sequelas de traumatismos da cabeça podem variar de acordo com a gravidade da lesão inicial. Entre os sintomas mais comuns estão:
- Cefaleia crônica
- Tontura e desequilíbrio
- Alterações de memória e concentração
- Distúrbios visuais ou auditivos
- Crises convulsivas pós-traumáticas
- Alterações de humor, ansiedade ou depressão
- Dificuldades motoras
Essas manifestações podem ser temporárias ou permanentes, exigindo acompanhamento médico constante.

5 – Quando utilizar a CID T90?
O CID T90 deve ser utilizado quando o paciente apresenta sequelas de um traumatismo craniano já ocorrido, e não durante a fase aguda do trauma. Ele é indicado em laudos, prontuários e documentos de saúde quando se deseja registrar que o paciente sofre consequências diretas de um traumatismo prévio.
6 – Diagnóstico e avaliação
O diagnóstico das sequelas envolve:
- Histórico clínico detalhado do trauma sofrido
- Exames de imagem (tomografia, ressonância magnética) para avaliar lesões estruturais
- Avaliações neurológicas e neuropsicológicas
- Testes motores e cognitivos
- Exames oftalmológicos e otorrinolaringológicos, conforme a área afetada
Esse processo multidisciplinar é essencial para identificar os impactos e planejar a reabilitação.
7 – Tratamento
O tratamento das sequelas de traumatismos da cabeça pode incluir:
- Reabilitação neurológica e motora (fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional)
- Tratamento medicamentoso (para dor, epilepsia, ansiedade ou depressão)
- Acompanhamento psicológico ou psiquiátrico
- Cirurgias reparadoras ou neurológicas, em casos específicos
- Reabilitação cognitiva para memória, atenção e linguagem
O tratamento é sempre individualizado e pode se estender por meses ou anos.
8 – CID T90 dá direito a afastamento do trabalho?
Sim. Dependendo da gravidade das sequelas, o paciente pode necessitar de afastamento do trabalho, temporário ou permanente. Nos casos em que as limitações comprometem a capacidade laboral, é possível solicitar benefícios previdenciários como o auxílio-doença ou, em situações mais graves e irreversíveis, a aposentadoria por invalidez.
9 – Importância do CID T90 na prática clínica
O uso correto do CID T90 é fundamental para:
- Documentar adequadamente as complicações pós-traumáticas
- Facilitar o acesso do paciente a benefícios previdenciários
- Permitir um acompanhamento médico multidisciplinar adequado
- Apoiar estudos e estatísticas sobre os impactos de traumatismos cranianos
10 – Concluindo
O CID T90 é um código essencial na prática médica, pois identifica as sequelas de traumatismos da cabeça, que podem comprometer a qualidade de vida do paciente em diferentes níveis. Seu correto registro ajuda na condução clínica, no planejamento terapêutico e na garantia de direitos trabalhistas e previdenciários.