
O Ministério da Saúde anunciou uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer para a produção nacional da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR). O imunizante é considerado essencial para a prevenção de infecções respiratórias graves em bebês, como a bronquiolite.
A previsão é de que as primeiras 1,8 milhão de doses sejam entregues até o fim de 2025. O imunizante já havia sido incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro, e a distribuição deve começar na segunda quinzena de novembro, com foco em gestantes e recém-nascidos.
Vacinação materna como estratégia de proteção
A aplicação será realizada em dose única em gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. Esse modelo de vacinação promove a transferência de anticorpos da mãe para o bebê, garantindo proteção imediata nos primeiros meses de vida, período em que há maior risco de complicações associadas ao vírus sincicial respiratório (VSR).
Impacto do vírus no Brasil
O vírus sincicial respiratório (VSR) está entre as principais causas de internações pediátricas. É responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. No país, a cada cinco crianças infectadas, uma necessita de atendimento médico, e aproximadamente uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida.
Estima-se que 20 mil bebês menores de um ano sejam internados anualmente por complicações relacionadas ao vírus. O risco é ainda maior entre prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes superior à de crianças nascidas a termo.
Com a introdução da vacina, o Ministério da Saúde projeta a prevenção de cerca de 28 mil internações por ano, beneficiando em torno de 2 milhões de recém-nascidos.

Avanço em tratamentos para esclerose múltipla
O governo também confirmou a produção nacional do natalizumabe, medicamento biológico utilizado no tratamento da esclerose múltipla. A transferência de tecnologia será realizada pela farmacêutica Sandoz para o Instituto Butantan, por meio de uma parceria de desenvolvimento produtivo (PDP).
O natalizumabe é indicado para pacientes com a forma remitente-recorrente da doença, que representa cerca de 85% dos casos. Já disponível no SUS desde 2020, o medicamento atualmente conta com apenas um fabricante registrado no país.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que compromete o sistema nervoso central e atinge principalmente adultos jovens, entre 18 e 55 anos, provocando alterações neurológicas progressivas.
Fonte: Ministério da Saúde