
Pesquisadores japoneses sintetizaram em laboratório um antibiótico raro, descoberto no solo de um vulcão nos Camarões em 1974. Os compostos, conhecidos como β e γ-naftociclinona, foram isolados inicialmente por cientistas alemães e turcos ao estudar bactérias produtoras de pigmentos antimicrobianos. A recriação representa um marco, possibilitando o uso médico e científico em larga escala.
A complexidade química das moléculas desafiou cientistas por décadas devido à produção de subprodutos indesejados. A equipe do Instituto de Ciência de Tóquio superou o obstáculo com a técnica de análise retrossintética, desmontando as moléculas em componentes menores para facilitar sua síntese. A β-naftociclinona, base do processo, foi produzida com 70% de eficiência, e a conversão em γ-naftociclinona atingiu 87% de rendimento.
A validação do estudo, publicado na Angewandte Chemie International Edition, comparou os compostos sintéticos com os originais, confirmando a identidade química por meio de espectros de dicroísmo circular. Segundo o líder da pesquisa, Yoshio Ando, as moléculas recriadas apresentam estrutura idêntica às isoladas do vulcão, um feito crucial para aplicações futuras.
A fabricação sintética elimina a necessidade de extração natural, abrindo caminho para a produção em larga escala e a exploração de outros compostos semelhantes. A inovação amplia as possibilidades de combate a infecções resistentes, reforçando o arsenal farmacêutico global.
Fonte: Olhar Digital